Educação Religiosa

O Ensino Religioso, um valor que marca nossas vidas

Este novo tempo sugere que os valores universais da justiça, da paz e da comunhão entre os povos sejam a base do ensino religioso. Hoje urge com mais emergência valorizar o homem e não a religião do homem, portanto, a educação religiosa deve transcender qualquer forma de proselitismo.

O Colégio Seráfico inspirado nos valores evangélicos e na espiritualidade de São Francisco não perdeu seu valor nem tampouco sua expressão e ainda precisa ser trabalhado e vivenciado pelos educadores que assumem o papel da educação religiosa; contudo, é importante lembrar que não existe um credo que seja capaz de responder às necessidades culturais dos diversos povos existentes. Já os valores universais estão acima de qualquer credo, valem para qualquer religião e mesmo que não cumpridos nas variedades culturais é nosso dever formar pessoas que respeitem e lutem para que esses valores sejam respeitados.

Evidente que esta não é uma obrigação unicamente da escola. A família, as Igrejas e a sociedade como um todo devem empenhar-se nesse sentido, não resta dúvida. Porém, a escola, que é um dos principais mecanismos de formação, não deve eximir-se dessa responsabilidade. É tarefa nossa transmitir aos nossos filhos e alunos, como expressão do nosso compromisso na luta pela vida, justiça e paz que se expressa no mais íntimo dos nossos corações.

O Ensino Religioso, diferente da grande maioria das outras disciplinas, abre-nos um amplo horizonte e nos permite trabalhar todas essas dimensões sem que contudo seja necessário ensinar nem tampouco aprofundar uma doutrina específica. O seu conteúdo trabalha a vida e na vida deve reter seus ideais e seus objetivos mais concretos. Esse é o nosso grande desafio como educadores de Ensino Religioso: “Procurar ensinar no sentido da vida sem que seja necessário ensinar sobre religião”.

Quanto à metodologia da educação religiosa, ela se faz a partir da vida, mediante o contexto histórico no qual o estudante está inserido, levando em consideração toda a experiência que este já vivencia, acolhendo os valores que ele já traz consigo. E esse é o desafio: Ajudar e direcionar os alunos para que obtenham êxito e respeitem com autenticidade a vida.

Não se trata apenas de mera transmissão de normas de conduta. Na realidade, pretende-se proporcionar, na educação escolar, oportunidade para que o educando descubra o sentido mais profundo da existência; encontre caminhos e objetivos adequados para sua formação e realização, e valores que lhe norteiem o sentido pleno da própria vida. Assim, conferindo-lhe especial dignidade como ser humano e respeito por si mesmo, pelos outros e pela natureza.

Trata-se de oferecer ao educando a possibilidade de perceber a transcendência da sua existência e de como isso confere nova dimensão ao seu ser, nele imprimindo uma marca diferenciada para a construção de uma sociedade mais justa, centrada na solidariedade, na defesa e na promoção integral da vida e da natureza.

Bibliografia:
1. STEIL, Carlos Alberto. Revista de Ensino Religioso – Diálogo, n. 3, p. 52-57, agosto de 1996.
2. Ferreira, Paula, DAFLON, Rogério. Mudança de Hábito. Revista Época, Rio de Janeiro, n. 104, p. 58-59, maio de 2000.